O que Piaget, Montessori e Reggio Emilia nos ensinam sobre a infância?

O que Piaget, Montessori e Reggio Emilia nos ensinam sobre a infância?

A infância é um período de descobertas profundas, em que cada estímulo é uma oportunidade para o desenvolvimento cognitivo, emocional e motor. E, ao longo das décadas, diferentes estudiosos e educadores contribuíram com teorias que nos ajudam a compreender como as crianças aprendem e crescem de forma mais autêntica.

Entre os mais influentes, estão Jean Piaget, Maria Montessori e Loris Malaguzzi, criador da abordagem Reggio Emilia. Cada um trouxe uma visão única sobre o desenvolvimento infantil e, quando olhamos com atenção, percebemos o quanto esses métodos se complementam.

Neste conteúdo, vamos te guiar por esses três caminhos e mostrar como a Afetto ajuda a tornar esse percurso mais leve, seguro e cheio de significado. Vamos lá?

Jean Piaget: a inteligência nasce da ação

Jean Piaget, biólogo e psicólogo suíço, dedicou sua vida a entender como as crianças constroem o conhecimento. Para ele, o desenvolvimento cognitivo acontece em estágios e está diretamente ligado à interação com o ambiente. Piaget acreditava que o conhecimento não é algo que se transmite, mas que se constrói ativamente.

Os quatro estágios do desenvolvimento cognitivo segundo Piaget:

  1. Sensório-Motor (0 a 2 anos): o bebê aprende por meio dos sentidos e da manipulação dos objetos. É quando surge o conceito de permanência do objeto (saber que algo continua existindo mesmo quando não está à vista). Exemplo: um bebê escondendo e reencontrando um brinquedo embaixo de uma almofada.
  2. Pré-Operacional (2 a 7 anos): a criança desenvolve a linguagem, a imaginação e o pensamento simbólico, mas ainda não consegue realizar operações lógicas complexas. Exemplo: brincar de faz de conta com bonecos, casas ou cenários inventados.
  3. Operações Concretas (7 a 11 anos): ela começa a pensar de forma mais lógica e concreta, resolvendo problemas práticos e compreendendo relações como causa e efeito. Exemplo: montar quebra-cabeças, entender regras de jogos e realizar tarefas com sequência.
  4. Operações Formais (a partir de 12 anos): pensamento abstrato, capacidade de formular hipóteses e refletir sobre conceitos mais amplos, como justiça ou identidade.

Para Piaget, o erro era uma parte essencial do aprendizado — é errando, tentando, comparando que a criança reorganiza seu pensamento e constrói novos saberes.

Maria Montessori: liberdade com responsabilidade

Maria Montessori foi uma médica e educadora italiana que revolucionou a forma como enxergamos a criança. Seu método é centrado na autonomia, na liberdade com limites e na preparação do ambiente para que a criança atue como protagonista do seu desenvolvimento.

Montessori acreditava que a criança possui uma mente absorvente, especialmente nos primeiros seis anos de vida, e que o aprendizado é mais eficaz quando parte do interesse da criança.

Princípios do método Montessori:

  • Ambiente preparado: tudo deve estar ao alcance da criança, organizado, funcional e esteticamente agradável.
  • Materiais autênticos e educativos: brinquedos e objetos com propósito, que permitem autocorreção e desenvolvimento de habilidades específicas.
  • Autonomia: permitir que a criança faça sozinha o que está ao seu alcance — como escolher a roupa, servir a própria comida, guardar os brinquedos.
  • Observação e respeito ao ritmo da criança: o adulto atua como um guia, não como centro do processo.

Exemplo: Em um quarto montessoriano, a cama é baixa para que a criança possa deitar-se e levantar sem ajuda, os livros ficam em prateleiras acessíveis, e os brinquedos são organizados por categoria e quantidade reduzida, para favorecer o foco e a escolha consciente.

 

Reggio Emilia: a criança como sujeito criativo e coletivo

A abordagem Reggio Emilia nasceu na Itália, após a Segunda Guerra Mundial, idealizada por Loris Malaguzzi. Diferente de um método fechado, Reggio é uma filosofia educativa baseada na escuta, na arte e no trabalho em grupo.

Aqui, a criança é vista como potente, criadora de cultura e capaz de construir conhecimento por meio da relação com o outro e com o ambiente.

Características da abordagem Reggio Emilia:

  • Protagonismo da criança: ela é escutada, respeitada e incentivada a explorar diferentes linguagens para expressar suas ideias (os “cem linguagens da criança”).
  • Documentação do processo: em vez de focar apenas no resultado final, Reggio valoriza o processo criativo com registros visuais e textuais do que as crianças produzem.
  • Ambientes inspiradores: a sala de aula é chamada de “terceiro educador”, junto com adultos e colegas. Deve ser bela, acolhedora, mutável e cheia de estímulos naturais.
  • Projetos investigativos: os temas surgem dos interesses das crianças e são investigados em grupo, com mediação dos educadores.

Exemplo prático:

Num ambiente inspirado em Reggio, as crianças podem explorar argila, tinta, folhas, objetos do cotidiano e até luz e sombra para expressar uma ideia sobre a natureza. Elas trabalham em grupo, experimentam e verbalizam suas descobertas.

 

Como os três se complementam?

Apesar das abordagens distintas, os três olhares compartilham pilares importantes:

Juntos, eles reforçam que a criança é um ser ativo, potente e sensível, que aprende com o corpo, com o outro e com o ambiente — desde que tenha liberdade, segurança e estímulos adequados.

O que dizem os especialistas?

Os conceitos de Piaget, Montessori e Reggio Emilia não são apenas teorias históricas, são fundamentos vivos que continuam a guiar práticas educacionais e psicológicas em todo o mundo. Pedagogos, psicólogos e neurocientistas reconhecem nessas abordagens um caminho mais respeitoso, eficaz e humanizado para o desenvolvimento infantil.

O que os profissionais destacam:

→ Valorização da autonomia: especialistas afirmam que, quando a criança é incentivada a fazer escolhas e resolver pequenos desafios por conta própria, sua autoestima e senso de competência se fortalecem.

“A autonomia desenvolvida nos primeiros anos de vida é um dos principais pilares da saúde emocional na vida adulta”.

→ Ambiente como estímulo: pedagogos alinhados à abordagem montessoriana ou reggiana defendem que o ambiente cuidadosamente pensado potencializa o aprendizado natural da criança. Isso é amplamente reconhecido como parte do que chamamos de "educação ativa".

→ Desenvolvimento integral: os três métodos promovem não só o desenvolvimento cognitivo, mas também o emocional, social e motor, contribuindo para a formação de crianças mais criativas, críticas e empáticas.

“O cérebro da criança está em formação, mas seu coração e sua sensibilidade já são completos. A escuta, o tempo e a beleza do entorno fazem parte da educação emocional”.

→ Afetividade como base da aprendizagem: psicólogos infantis lembram que vínculos seguros e ambientes acolhedores são os verdadeiros alicerces do aprendizado. E esses métodos colocam o afeto e o respeito no centro da prática pedagógica.

 

Como fica o desenvolvimento infantil quando essas abordagens são aplicadas?

Quando os princípios são aplicados de forma consciente — seja em casa ou na escola — o impacto no desenvolvimento infantil é profundo, duradouro e visível.

Benefícios diretos observados:

  1. Autonomia desde cedo: a criança se torna protagonista da própria rotina, aprende a confiar em si mesma e desenvolve senso de responsabilidade.
  2. Pensamento lógico e criativo: ao experimentar livremente, ela aprende não só a resolver problemas, mas também a criar novas possibilidades.
  3. Consciência corporal e motora: com liberdade para explorar, subir, descer, abrir e fechar, seu corpo acompanha a evolução da mente.
  4. Atenção e concentração: ambientes organizados, com menos estímulos e mais propósito, favorecem o foco e a presença no agora.
  5. Habilidades sociais: o convívio respeitoso, o trabalho em grupo e a escuta ativa cultivam empatia, colaboração e respeito às diferenças.
  6. Segurança emocional: saber que é respeitada, ouvida e capaz reforça os laços afetivos e fortalece o emocional da criança.

Na prática, isso significa formar seres humanos mais seguros, atentos e preparados — não apenas para o “mundo lá fora”, mas para viver com plenitude, afeto e curiosidade todos os dias da infância.

 

E como é a rotina em um ambiente montessoriano?

Um quarto montessoriano é muito mais do que estético. Ele traduz o respeito à infância e o incentivo à autonomia, desde o despertar até a hora de dormir. Um dia típico pode incluir:

Em um ambiente montessoriano, o dia da criança começa com liberdade e segurança: ao acordar em uma cama baixinha, sem grades, ela já exercita sua autonomia logo nos primeiros minutos do dia. Escolher a própria roupa em uma arara acessível, com poucas opções visíveis, é outro momento importante para estimular decisões conscientes e fortalecer o senso de identidade.

Na hora do café da manhã, ela pode ajudar a colocar os talheres na mesa, servir sua fruta cortada ou beber em copos de transição — pequenas tarefas que a conectam com a rotina da casa de forma ativa e prazerosa.

Ao longo do dia, o brincar ganha propósito com materiais organizados por tipo, como blocos de montar, figuras de encaixe ou instrumentos musicais. A organização do ambiente também faz parte da vivência: a criança participa ativamente ao guardar brinquedos, regar uma plantinha ou dobrar paninhos.

No momento da leitura, livros ficam ao alcance dos olhos e das mãos, dispostos em prateleiras baixas e ao lado de almofadas que acolhem o corpo e convidam ao silêncio. Ao final do dia, o descanso acontece em um ambiente calmo e sensorialmente equilibrado — com luz suave, texturas naturais e objetos familiares que transmitem aconchego e pertencimento.

Tudo isso faz com que a criança se sinta segura, capaz e respeitada. O tempo desacelera, e a infância floresce com mais presença.

 

Onde entra a Afetto nessa história?

A Afetto nasceu com um propósito claro: criar móveis e objetos que respeitam o tempo da infância e que tornam cada rotina mais fluida, bonita e cheia de significado.

Como os produtos da Afetto se alinham aos princípios dessas metodologias:

  • Camas Montessori Evolutivas: desenvolvidas com altura ideal, grades e pés removíveis e possibilidade de virar sofá, cama baixa ou solteiro. Perfeitas para cada fase de desenvolvimento, do sensório-motor ao pensamento concreto.

  • Prateleiras e estantes organizadoras acessíveis: pensadas para que a criança veja, escolha e devolva seus livros e brinquedos com autonomia.

  • Organizadores e baús com rodinhas: leves, seguros e práticos para que a criança participe da organização com alegria.

  • Materiais naturais e design atemporal: que despertam o senso estético, o tato e a familiaridade com elementos do mundo real, valorizando o ambiente como educador (Montessori + Reggio).
  • Funcionalidade com beleza: cada peça foi pensada para acompanhar o crescimento, com soluções inteligentes e adaptáveis.

A Afetto não vende só móveis. Ela oferece um convite: para os pais se reconectarem com a infância e criarem um ambiente que educa, acolhe e transforma todos os dias.

 

Conclusão: educar com propósito, viver com afeto!

Entender os fundamentos de Piaget, Montessori e Reggio Emilia é mergulhar na essência da infância: curiosa, ativa, sensível e cheia de potencial. Quando integramos esses princípios ao dia a dia — seja em casa, na escola ou no brincar — oferecemos à criança as ferramentas certas para crescer com confiança e leveza.

E é nessa jornada que a Afetto entra, não apenas como uma marca de mobiliário infantil, mas como uma aliada no desenvolvimento saudável, afetivo e cheio de beleza.

Porque quando o ambiente cuida, o afeto guia e a infância é respeitada… tudo floresce com mais sentido.

 

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